Explicados em espírito e verdade

Deus, como sabeis, não se comunica diretamente com os homens.

Segundo, porém, a maneira de ver dos Hebreus, era o próprio Deus, sempre Deus, quem falava a Moisés. Era preciso que fosse assim.

Espírito elevado, com relação ao povo hebreu, que ele dirigia; médium, em certas circunstâncias, vidente, audiente, ou inspirado, e também de efeitos físicos, conforme aos casos e às necessidades da sua missão, Moisés se viu obrigado, para dar força e valor aos mandamentos que impunha aos Hebreus, para lhes gravar na memória e nos corações as ordenações e os estatutos que lhes eram indispensáveis naquela época, a cercar-se de todo mistério e de pompas que os impressionassem; a empregar fórmulas capazes de lhes infundir respeito.

Guiado por Espíritos que lhe eram superiores, previa alguns fatos que haviam de dar-se, descobria capacidades, que a multidão desconhecia, isto é, compreendia a ação espiritual sobre o homem e as faculdades materiais necessárias ao desenvolvimento dessa ação. Como sabeis, para que o médium possa operar, é preciso que se ache em determinadas condições fluídicas. Ele tinha a impressão dessas condições e antevia o papel que, aos olhos dos Hebreus, elas desempenhariam, verificando-se, primeiro, nele próprio, depois em outros. Mas, se dissera aos Hebreus: Moisés vos anuncia; Moisés vos concita; Moisés vos ensina, teria sido apupado, teria provocado o riso.

Do mesmo modo, para fortemente impressionar e abalar homens que ainda por longo tempo tinham de ser conduzidos pelo temor e pelo terror, para impor o respeito à lei que lhes era dada, foi que no Sinai se produziu aquela formidável manifestação, que precedeu, acompanhou e se seguiu à promulgação do Decálogo e que o cercou de tanto mistério e de tão grande pompa. Dessa manifestação podeis inteirar-vos pelo que sabeis relativamente a efeitos semelhantes produzidos em todos os tempos e ainda agora.

Assim como as outras manifestações físicas de ordem material e de ordem inteligente, relatadas no Antigo Testamento, tudo o que a respeito da de que vimos tratando vos é aí referido foi obra dos Espíritos prepostos à produção de tal efeito.

Esses Espíritos provocaram ruídos mediante o choque de fluidos inflamáveis e desse modo fizeram que a multidão reunida no sopé do monte visse a aparência de um fogo ardente, do qual se desprendia um vapor inflamado, e produziram, como consta do Êxodo, XIX, vv. 16 a 19 e XX, v. 18, os efeitos físicos que ali se diz terem sido — trovões, relâmpagos e uma caliginosa e densa nuvem que cobriu o monte, elevando-se-lhe do alto como se de uma fornalha. Manejando fluidos sônicos, causaram o efeito físico “do som de trombeta, que aumentava pouco a pouco e se tornava mais forte e mais agudo”.

A proibição aos Hebreus de transporem a barreira foi motivada pelo perigo, que alguns poderiam ocasionar, do rompimento das colunas de fluidos que se entrechocavam no monte, fato que daria lugar a acidentes semelhantes aos que resultam da passagem do raio.

Estas palavras ditas a Moisés (Êxodo, XX, v. 19): “Fala-nos tu mesmo e nós te escutaremos; mas que não nos fale Deus, para que não morramos”, aludem ao ribombo “dos trovões”, que a multidão tomava pela voz do próprio Deus.

Empregando e combinando fluidos tornados opacos, os Espíritos prepostos produziram — “aquela obscuridade” em que (segundo a expressão bíblica, Êxodo, XX, v. 22) Deus estava, isto é, em que estava o Espírito superior, seu enviado, e em que Moisés, após a promulgação do Decálogo, foi receber desse enviado as instruções particulares, as ordenações, os estatutos, indispensáveis aos Hebreus naquela época.

As primeiras tábuas da lei, as quais Deus, com a sua presciência, sabia que seriam quebradas, escreveu-as o próprio Moisés, como médium mecânico e audiente, sob a influência espírita. Elas foram, pois, obra de Deus, por intermédio do Espírito superior enviado, Espírito que, invisível para Moisés, lhe fez ouvir as palavras dos Mandamentos, ao mesmo tempo que fazia com que ele os escrevesse mecanicamente, sob a impressão de que provinham do próprio Deus.

As segundas tábuas Moisés as escreveu também mecanicamente, debaixo da inspiração do Espírito superior enviado.

Tão inconsciente, porém, ele se conservou dessa inspiração, que acreditou tê-las escrito “de memória e trazido aos Hebreus, gravadas e tais como se recordava que eram”. Se, entretanto, houvera dito ao povo: “Lembrei-me das palavras gravadas nas primeiras tábuas e as reproduzi”, teria feito que duvidassem da procedência delas e que desprezassem a lei. Para que tal não acontecesse foi que, inspirado pelos Espíritos superiores que o assistiam na sua missão, apresentou, crente de ser essa a realidade, as segundas tábuas como escritas, semelhantemente às primeiras, “pelo dedo de Deus” conforme à expressão bíblica. Moisés, no Sinai, acreditava estar em comunicação direta com o Senhor.

Lede com atenção, na linguagem oriental e apropriada aos tempos, aos povos, ao estado das inteligências e ao fim que se tinha em vista alcançar, a narrativa do que se refere à promulgação do Decálogo, ao que ocorreu às vistas do povo hebreu relativamente à preparação e ao fato dessa promulgação, ao que ocorreu para serem dadas a Moisés as instruções particulares que ele recebeu e àquele povo, por seu intermédio, as ordenações e estatutos que lhe eram então indispensáveis (Êxodo, cap. XIX a XXVI e XXVIII a XXXI); lede a narrativa do que se passou quando Moisés, tendo recebido as duas tábuas da lei, desceu do Sinai, avisado, pelo Espírito superior, dos atos de idolatria que se praticavam no acampamento (Êxodo, cap. XXXII); do que se deu em seguida, desde o momento em que ele atirou ao chão e quebrou as primeiras tábuas na falda do monte, até o em que deste desceu segunda vez trazendo as novas tábuas (Êxodo, cap. XXXIII e XXXIV); e, se atentardes no que se acha dito acerca dos acontecimentos que precederam, prepararam e efetivaram a promulgação do Decálogo e acerca do que sucedeu para que Moisés entrasse no desempenho público da sua missão (Êxodo,cap. II a XIX) e do que se seguiu (Êxodo,cap. XXXV a XL), compreendereis a necessidade que havia, de acordo com a presciência e a sabedoria infinitas de Deus, de conduzir-se pelo terror aquele povo atrasado, indócil, sempre pronto a esquecer e desconhecer o seu Deus, a se subtrair à direção do seu enviado, profundamente imbuído dos prejuízos, das ideias politeístas, de tendências para a idolatria e no seio do qual se tinham que preparar o advento do Messias, os elementos e os meios apropriados ao desempenho da sua missão terrena e ao da missão dos apóstolos.

Compreendereis a necessidade que havia de serem os Hebreus, segundo a sua maneira de entender, postos, por intermédio daquele que os chefiava, em contacto com o seu Deus, sob as mãos do próprio Deus, do “Eterno”, único eterno, “Senhor acima de todos os deuses, do Deus forte e cioso, que exerce vingança contra os que lhe desconhecem a lei, que pune a iniquidade dos pais nos filhos na terceira e quarta gerações dos que o odeiam, que usa de misericórdia na sucessão de mil gerações para com os que o amam e guardam seus mandamentos, seus preceitos.”

Dar-vos-emos, dentro em pouco, ao explicarmos o segundo Mandamento do Decálogo, o verdadeiro sentido destas últimas palavras que, tomadas à letra, seriam uma enormidade e que, segundo o espírito, em espírito e verdade, são a expressão sublime da justiça, e da bondade de Deus.

Há um fato sobre o qual não devemos guardar silêncio e que, para os que lhe não sabem compreender nem explicar a necessidade, o motivo e o fim, conformemente à presciência e à sabedoria do Senhor, constitui uma monstruosidade. Esse fato, de que, mais tarde, sob o império da branda e pura lei de amor e caridade que o Cristo veio trazer aos homens, a ignorância, o fanatismo, a vertigem do poder e a ambição fizeram uma arma e um exemplo, é o do massacre que Moisés ordenou fosse feito, em nome do Senhor, dentro do acampamento hebreu, nas circunstâncias referidas no Êxodo, capítulo XXXII.

“Moisés, diz-se ali, vendo então que o povo ficara inteiramente nu (pois que Aarão o despojara por aquela abominação vergonhosa e o pusera todo nu no meio dos seus inimigos), parou à porta do acampamento e disse: Junte-se a mim todo aquele que for do Senhor. E, tendo-se reunido ao seu derredor todos os filhos de Levi, disse-lhes ele: Eis o que diz o Senhor, o Deus de Israel: Ponha cada homem na cintura sua espada; passai e repassai através do campo, de uma porta à outra, e que cada um mate seu irmão, seu amigo e aquele que lhe for mais chegado. — Os filhos de Levi fizeram o que Moisés ordenara e houve cerca de três mil homens mortos esse dia. — Então Moisés lhes disse: Tendes, cada um de vós, consagrado vossas mãos ao Senhor, mesmo matando vosso filho e vosso irmão, a fim de que a bênção de Deus vos seja dada.” (Êxodo, cap. XXXII, vv. 25-29)

Quando da encarnação daquela geração de homens, maior talvez do que na época atual era a mistura dos Espíritos que revestiam o corpo carnal. A maioria deles tomara por missão manter na Terra e popularizar a ideia da unidade de Deus. Mas, sentindo-se demasiado fracos para perseverar, muitos haviam pedido que o curso da existência lhes fosse detido, caso faltassem aos seus compromissos.

Vimos de dizer: “Sentindo-se demasiado fracos para perseverar.” Sabeis, com efeito, que o Espírito, sobretudo o Espírito inferior, conserva por mais ou menos tempo, na erraticidade, os preconceitos, as opiniões, as ideias, os pendores, as tendências da sua precedente encarnação. De sorte que, quando se prepara para outras provas, tem que temer e teme que, em a nova existência terrestre, voltem a dominá-lo esses preconceitos, opiniões, tendências e pendores, contra os quais lhe cumpre lutar como encarnado.

Assim é que frequentemente vedes entre vós mancebos, até crianças, que, apresentando indícios de más paixões, mostrando-se viciosos, mesmo em centros de depuração, vêm a ter cortado o fio de suas existências, a fim de que possam, por meio de reflexões e estudos feitos na erraticidade, adquirir a força que ainda lhes faltava.

São Espíritos que pediram lhes fosse detido o curso da vida terrena, caso faltassem a seus compromissos.

Essa categoria de Espíritos é menos culpada. Peca mais por fraqueza do que por vontade. E a morte prematura, que eles pediram nessas circunstâncias, lhes auxilia o desenvolvimento, o progresso.

Entre os encarnados da geração a que nos estamos referindo, havia também uma categoria de Espíritos que tinham de expiar assassínios por eles cometidos (nessa época grosseira se praticavam tantos!) e que pediram aquela expiação para conseguirem, pela aplicação da lei de talião, depurar-se, reparar e progredir.

Os que tombaram mortos aos golpes dos levitas tiveram uma sorte prevista e por eles pedida, porquanto uns pertenciam à categoria dos que haviam tomado por missão manter na Terra e popularizar a ideia da unidade de Deus e rogado que o curso da existência terrena lhes fosse detido, caso faltassem aos seus compromissos; pertencendo os outros à dos que, tendo de expiar assassínios por eles cometidos anteriormente, pediram aquela expiação e a sofreram.

Foi assim e nenhum golpe se perdeu, porque, em circunstâncias tais, como deveis compreender, os Espíritos protetores, prepostos a vigiar as provas e expiações de cada um, para que elas se cumprissem, impelindo os culpados ou dirigindo as espadas dos que acutilavam, faziam que aqueles recebessem o golpe que os prostraria. Deu-se ali o que se dá com a bala que deve ferir a este ou àquele e que segue a sua trajetória, mesmo quando toda a probabilidade era de que se perdesse.

Dissemos que os Espíritos prepostos a vigiar as provas e expiações de cada um, a fim de que elas se cumprissem, impeliam os culpados ou dirigiam as espadas dos que acutilavam, no sentido de que aqueles Espíritos, para que as provas e expiações se verificassem, atuavam sobre o culpado e sobre o que empunhava a espada: sobre um pela ação do magnetismo espiritual, sobre o outro por meio da inspiração e da ação fluídica. Aqui é que, considerando a Providência divina e a ação, sobre o homem, dos Espíritos prepostos , a obrarem debaixo da direção da presciência e da sabedoria infinitas de Deus, podeis dizer: “O homem se agita e Deus o conduz.”

Nada é sem motivo e sem objetivo. O que o homem muitas vezes encara como ato de uma vontade arbitrária, nunca é senão a consequência do passado, ou a preparação do futuro.

Assim, o massacre que Moisés ordenou em nome do Senhor teve por motivo e por fim: de um lado, deter o curso da existência terrena de alguns Espíritos, conforme ao que eles pediram, nos termos e nas condições das provas escolhidas por uns e das expiações solicitadas por outros, provas e expiações pelas quais todos tinham que passar, e não apenas fazer arbitrariamente vítimas perdidas, porquanto os que pereceram, repetimos, tiveram sorte prevista e pedida; de outro lado, impor, pelo terror, pelo medo, àqueles homens atrasados, indóceis, inclinados à idolatria, à revolta, sempre prontos a esquecer e desconhecer o seu Deus, a se subtrair à direção do enviado deste, absoluta submissão à vontade, aos mandamentos e preceitos divinos; fazer-lhes compreender a necessidade dessa submissão; forçá-los a caminhar, dóceis à voz de seu chefe, pelas sendas que lhes estavam traçadas e a desempenhar a tarefa providencial que lhes fora confiada na marcha do progresso da humanidade.

Moisés era, pois, um instrumento humano que, sob as inspirações dos Espíritos do Senhor que o assistiam na sua missão, obrava para que fosse detido o curso de provas que haviam falhado e se cumprissem determinadas expiações, fazendo que os que caíam aos golpes dos levitas sofressem a sorte por eles mesmos prevista e pedida. E, também, procedendo dessa maneira, preparava o futuro. Cada época, tem seus costumes e necessidades.

Não julgueis, portanto, do vosso ponto de vista e de acordo com os tempos em que viveis. Reportai-vos, com relação aos Hebreus, aos tempos, aos homens, aos preconceitos, às crenças, às condições que era indispensável se verificassem para que se executasse a obra que se tinha de executar naquela época e no futuro.

Desde aqueles tempos bárbaros e em outros nos quais a civilização e a inteligência já estavam muito mais apuradas, não há visto, pelo que toca a coisas de ordem humana, sempre que uma revolta explodiu, a dizimação de homens, para que, num exército, fosse mantida a disciplina, a submissão aos chefes incumbidos de comandá-lo?

Pelo que respeita às coisas de ordem religiosa, não se hão feito frequentemente, muito frequentemente mesmo, massacres em nome de Deus?

Para terdes disso alguns dos numerosos exemplos que a história da vossa humanidade colheu, lembrai-vos das guerras religiosas, dos autos de fé espanhóis e por fim da carnificina do dia de São Bartolomeu.

Não são sempre os ministros do culto, por efeito da ignorância, do fanatismo, do abuso do poder, da ambição, impelindo os homens a se matarem reciprocamente, nas guerras religiosas, a fim de consagrarem eles suas mãos ao Senhor e atraírem as bênçãos de Deus? matando eles próprios, nos autos de fé espanhóis, em honra do seu Deus e para obterem suas graças?

E quais foram os instigadores do massacre de São Bartolomeu?

Os sacerdotes, os servidores de Deus! Qual foi aí, como nas guerras religiosas, o móvel? A ambição, porém, não mais a de se engrandecerem aos olhos de Deus, e sim a de conservarem o poder.

Recordando estas fases da história do passado, estes massacres e guerras religiosas, não abrimos exceção a favor dos padres protestantes, que também excitaram seus rebanhos contra os católicos e igualmente mataram.

Uns, como os levitas de Moisés, matavam para provar que eram filhos de Deus! Aos outros, estes, como os protestantes, matavam para conquistar o poder; aqueles, como os católicos, para evitar que o poder lhes fosse arrebatado.

E então não havia, como ao tempo dos Hebreus, um enviado de Deus, qual Moisés junto do Sinai, falando em nome do Senhor e dizendo a seus levitas: “Eis o que diz o Senhor, o Deus de Israel”; e dizendo, depois de concluída a obra: “Consagrastes vossas mãos ao Senhor, mesmo matando cada um seu filho e seu irmão, a fim de que a bênção de Deus vos seja dada.” Não; a necessidade, o motivo e o fim a que obedecera o ato de Moisés não existiam mais. Esses massacres, essas guerras religiosas, esses autos de fé, esse S. Bartolomeu foram obra humana da ignorância, do fanatismo, do abuso de poder, da ambição, que fizeram, do fato ocorrido ao pé do Sinai, por ordem de Moisés e pelo braço armado dos levitas, uma arma e um exemplo.

E porque esses massacres, essas guerras religiosas, esses autos de fé, esse S. Bartolomeu? Porque os homens da Igreja não quiseram compreender que a sua missão não consiste em fazer parar os que lhes estão confiados e obrigá-los a olhar para trás; mas, ao contrário, em impeli-los para diante, pela senda do progresso.

Se, por um lado, instigadores culpados de semelhantes carnificinas tiveram que sofrer longa e dolorosa expiação, por outro lado, os que nelas pereceram, bem como os que tombaram aos golpes dos levitas no campo israelita, não foram vítimas perdidas, porquanto, como já o temos dito e repetimos, nada ocorre que não seja consequência do passado e preparação do futuro, sob a influência e a ação dos Espíritos prepostos a vigiar pelas provas e expiações de cada um. Os que pereceram tiveram a sorte por eles prevista e pedida. Deus, mesmo com relação ao instante da morte de suas criaturas, nada espera do que, na ignorância em que vos achais assim das causas como dos fenômenos, chamais o acaso.

Vamos agora explicar-vos, em espírito e verdade, o Decálogo.

Vamos dar-vos uma explicação, não relativa e restrita aos Hebreus, aos “Cristãos”, mas geral, passível de aplicar-se a todos os povos e a todas as épocas. Podeis começar.

“Então fez Deus que se ouvissem estas palavras: “Eu sou o Eterno, o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito e da casa da servidão.” (Ver o que está dito, acerca do instante da morte, na explicação do quinto mandamento)

Deus, criador de tudo o que é, tirou do nada o Espírito (daqui a pouco explicaremos o sentido que deveis atribuir a essa palavra tomada à linguagem humana), para lhe dar o ser, o pensamento, a personalidade. Foi por sua vontade onipotente que o homem saiu das faixas da matéria, para ensaiar seus primeiros passos na senda espiritual. Foi ele ainda, o Senhor, quem lhe mostrou o caminho que o leva para fora da escravidão do pecado e da matéria, iluminando-o com o facho da verdade.

Povos da Terra, levantai os olhos! “A coluna luminosa”, que vos há de guiar para fora da escravidão, que vos há de conduzir à pátria da liberdade, se move à vossa frente. O Espírito da Verdade acendeu o farol para o qual devem os vossos olhares voltar-se.

Caminhai, caminhai sem descanso, pois tendes que chegar à “terra prometida” onde “correm o leite e o mel” da palavra de paz e de amor a Deus.

MOISÉS, ELIAS, JOÃO * , MATEUS, MARCOS,

LUCAS, JOÃO

assistidos pelos Apóstolos.

Falando do Espírito, dissemos que Deus o tirara do “nada”, para lhe dar o ser, o pensamento e a personalidade. O nada, na acepção humana em que empregais esse termo, não existe, é uma coisa sem sentido, do ponto de vista correlativo de Deus e da criação.

O nada, para o Espírito, é, espiritualmente, a inconsciência do ser. Assim, o princípio espiritual contido nos minerais e nos vegetais está no nada, com relação ao seu ser.

O nada da matéria propriamente dita é a volatização dos princípios materiais que devem aglomerar-se para constituir, quer os planetas, quer os corpos. É assim que foi explicado haver Deus feito sair o nada, do caos, o mundo. Foi porque ele constituiu em um corpo as moléculas esparsas na imensidade.

* Conforme vos foi relatado e revelado no comentário sobre os Evangelhos, o Espírito que revestiu as três personalidades terrenas conhecidas pelos nomes de Moisés, Elias e João, filho de Zacarias e Isabel, e desempenhou as três missões correspondentes a essas personalidades, é o mesmo.

 

 

OS DEZ MANDAMENTOS

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