Honra a teu pai e a tua mãe.

 

Compreenda os Mandamentos do Senhor, em toda a sua grandeza, aquele que quiser obedecer-lhes. Honra a teu pai e a tua mãe: Estes são os chefes que o Senhor te dá, os guias encarnados que prepôs à tua guarda. Mas, os que se encarregam da tua educação, que te desenvolvem a inteligência, que vigiam a tua adolescência, não são também teu pai e tua mãe — espirituais? E, por vezes, não fazem mais do que o pai e a mãe segundo a carne, que esquecem seus sagrados deveres e deixam o filho, que o Senhor lhes confiou, entregue a seus maus pendores, quando não chegam até a fazê-lo ceder às inclinações más que neles predominam, dando-lhe o exemplo do orgulho ou do egoísmo, da luxúria, dos vícios e paixões inferiores que degradam a humanidade e levam o Espírito à perdição, fazendo-o falir em suas provas?

O chefe de Estado, o juiz que governa com sabedoria, que faz justiça a todos, que dispensa sua solicitude até ao mais ínfimo de seus administrados, não é um pai a quem deves honrar, pois governa uma grande família?

E, falando assim, as nossas palavras se estendem a todo aquele que, como superior, qualquer que seja a sua condição, cumpre santamente suas obrigações para com os que lhe estão subordinados. A lei do respeito e do amor deve abranger todas as classes, todas as condições. É a cadeia que liga uns aos outros todos os membros da família universal.

A fim de que teus dias sejam prolongados na terra que o Eterno, o Senhor teu Deus, te dará.

Estas palavras, aditadas à lei, constituem um acréscimo feito por Moisés ao quinto Mandamento, tendo ainda por fim forçar à obediência e ao respeito à lei homens dominados unicamente pelo egoísmo e pelo instinto do presente.

Bem viver e viver longo tempo constituía para tais homens a primeira e única preocupação. Pelo ponto sensível era, pois, que importava prendê-los. E Moisés bem o percebeu.

Mas, tomai, ó filhos amados, a palavra — terra em acepção simbólica e compreendereis como a vossa vida poderá prolongar-se em a morada que reservada vos está, no sentido de que mais cedo a ela podereis chegar, cumprindo melhor os vossos deveres. Como sabeis, a morada reservada aos homens que o merecem são as esferas superiores, que eles atingem à medida que se elevam e a que tanto mais cedo chegarão quanto mais esforços fizerem por se aperfeiçoar.

Homem, honra a teu pai e a tua mãe e teus dias serão prolongados na terra que o Senhor teu Deus te dará. Mas, compreende-o bem, essa terra não é o solo que pisam teus pés.

As dificuldades que surgiram na interpretação dos Mandamentos nasceram de não terem querido ou não terem sabido os interpretadores distinguir do princípio exarado na lei as adições feitas à lei, separar o que veio de Deus do que veio do homem, sob a inspiração divina, por intermédio dos Espíritos superiores, com um objetivo transitório e humano. O que, na lei, vem de Deus é imutável; o que veio por aquela inspiração divina, foi um meio de que Moisés se serviu para, atendendo ao momento, segundo a letra, e preparando o futuro, segundo o espírito, auxiliar o progresso humano, de conformidade com as necessidades da época.

Na Terra em que habitais, enquanto a ocupardes pela encarnação, vossos dias não podem ser prolongados.

No O Livro dos Espíritos se lê, com relação à morte, o seguinte: “De fatal, no verdadeiro sentido da palavra, não há senão o instante da morte. Em chegando esse momento, ou por um meio ou por outro, não vos podeis subtrair a ele.” — Depois, como resposta a esta pergunta: “Assim, qualquer que seja o perigo que nos ameace, não morreremos se a hora não for chegada?” se lê: “Não, não perecerás e tens disso milhares de exemplos; mas, tendo chegado a hora de partires, nada pode obstar à tua partida.” — Diante dessas palavras e destas que acabais de proferir mediunicamente: , “Na Terra em que habitais, enquanto a ocupardes pela encarnação, vossos dias não podem ser prolongados” — em que sentido, em que condições e segundo que regras se deve entender que o instante da morte é fatal? Deve-se entendê-lo de modo absoluto e no sentido de que o homem nada pode conseguir, para abreviar sua existência, pelo uso e abuso do seu livre-arbítrio, por seus atos, pela maneira por que se utiliza da sua existência, deixando de cumprir as obrigações que lhe são impostas para que o corpo lhe dure até ao termo de suas provações?

O Livro dos Espíritos era a base da revelação, porém não a revelação toda. Se nessa obra se houvesse entrado em todos os pormenores, mais terríveis teriam sido as tempestades que ela levantou, mais numerosos os antagonistas, mais penosa a luta. Foi preciso, primeiramente, desentulhar o caminho e mostrar a luz que cintilava por entre as abertas do silvedo. Pouco a pouco, o horizonte foi sendo alargado e ainda o será mais.

Sob certos pontos de vista, como esse que ali se adotou, mas sem que se houvesse entrado em todos os desenvolvimentos, a morte é determinada. Credes, porém, fracas e finitas criaturas, que aquele que se move no infinito e abrange com o seu olhar as plêiades inumeráveis de estrelas, de mundos que ele projetou no espaço, mede o tempo com os vossos compassos? Tudo é detido em sua marcha, tudo tem determinada a sua duração, ao simples olhar daquele que é o infinito. Mas, a barreira que se ergue diante de vós não é determinada como o interpretais.

A duração da vida se regula pelo princípio que liga o Espírito ao corpo. O cordão fluídico de que se vos tem falado é a mola que põe em movimento o mecanismo corporal. Determinada é a duração dessa mola, mas dentro de uma amplitude que não podeis compreender e que não se mede pelos minutos da vossa pêndula. Extensão mais ou menos longa que é dada, de acordo com a maneira por que dela fizerdes uso. É como um pedaço de borracha que se pode esticar até certo ponto, conforme a maior ou menor força, a maior ou menor destreza que se empregue.

Conquanto seja difícil fazer-vos compreender esta apreciação, vamos dar-vos o sentido e o alcance do que acabamos de dizer.

A duração do homem tem um limite natural, determinado, no curso regular da existência, pelas leis imutáveis da natureza, pela ação e aplicação dessas leis, de conformidade com os meios e os climas, por isso que os fluidos que servem para a formação e o entretenimento dos seres humanos estão em relação com os climas sobre que eles atuam. E a matéria está em relação adequada com eles, porquanto, segundo a lei de harmonia universal, tudo é determinado. Aí, nesse limite natural, é que está o momento irrevogável do fim humano, fim contra o qual o livre-arbítrio do homem nada pode, no sentido de prolongar além dele a duração do corpo.

Eis qual é, na verdadeira significação da palavra, o instante fatal da morte. Neste sentido é que os dias da criatura humana não podem ser prolongados. Eles não podem ir além daquele limite natural. Mas, o livre-arbítrio do homem pode, seja por meio de suas resoluções espíritas, isto é, pelas determinações que toma, como Espírito, antes de encarnar, seja pelo uso que faz da sua existência como encarnado, interromper o curso desta em determinado tempo, entre o instante do seu nascimento e aquele natural limite, que é a hora fatal do fim humano.

O livre-arbítrio do Espírito o coloca em condições de marcar, antes da encarnação, a duração aproximada do corpo que lhe servirá de envoltório, tomando ele o encargo de cumprir as obrigações necessárias a fazê-lo durar até ao termo de suas provas. Uma vez encarnado, como ignore quanto tempo durarão estas, deve empregar todos os esforços para se pôr em estado de levá-las a cabo.

Neste caso, tendo, pelas suas resoluções espíritas, marcado a terminação da prova, portanto a duração de sua existência terrena, o Espírito se acha impedido de atingir o termo geral desta — o seu limite natural. O corpo, então, sob a vigilância e a direção dos Espíritos prepostos à tarefa de velar pelo cumprimento das provas, se forma em condições de durar o tempo predeterminado, cabendo, porém, repetimo-lo, ao Espírito encarnado cumprir todas as obrigações de que dependa a duração dele até ao fim das provas a que serve de instrumento.

Cumpridas que sejam todas essas obrigações, o instante da morte é irrevogável, porém não fatal, no verdadeiro sentido desta palavra, visto ser o resultado do uso que do seu livre-arbítrio fez o Espírito antes de encarnar.

O homem, todavia, pode, pelo exercício desse mesmo livre- arbítrio, pelo abuso que dele faça, pela maneira por que conduza a sua existência, deter o curso desta antes do tempo marcado pelas suas resoluções espíritas, pelas determinações que tomou, como Espírito, antes de encarnar.

Assim é que o doente usa do livre-arbítrio, tanto quanto cuida do seu corpo para torná-lo capaz de levar a cabo as provas que seu Espírito escolheu, como quando apressa a sua morte, quer descuidando-se dele, o que muito se aproxima do suicídio, quer praticando abusos ou excessos, desde que esse descuido, esses abusos e excessos constituam infração das obrigações que lhe cabia cumprir para fazê-lo durar até ao fim das provas que escolhera.

O tempo não é, pois, limitado segundo o vosso ponto de vista, se bem o seja com relação ao infinito e às leis que regem o Universo.

Sim, o instante da morte é fatal, no verdadeiro sentido da palavra, porque a vida corpórea não pode ultrapassar certo limite.

Não, o instante da morte não é fatal, relativamente à duração da vossa existência restrita, porque o limite natural, no curso regular da vida terrena, só raramente é atingido, pela razão de que as vossas resoluções espíritas, ou os vossos atos, uns e outras consequências do vosso livre-arbítrio, impedem que o atinjais.

Quando, para o homem, é chegada a hora de partir, nada pode eximi-lo da partida. E isto se verifica, desde que essa hora chegue, ou porque o limite natural tenha sido alcançado, ou por efeito de suas resoluções espíritas, ou em consequência de atos seus, que, dada a maneira por que haja conduzido a sua existência, constituíram infração das obrigações que ele tinha necessidade de cumprir, para fazer que seu corpo durasse até ao termo das provas que buscara.

Dentro dessa latitude que vos é concedida, podeis mover-vos e usar do vosso livre-arbítrio que, a não ser assim, não passaria de uma palavra oca e infalivelmente traria a todo aquele que raciocina a ideia de fatalismo, de predestinação, de escravidão moral.

Há, porém, uma distinção a estabelecer-se quanto à duração da vossa existência, restringida, com relação ao limite natural, pelas vossas resoluções espíritas, ou por atos vossos que, conformemente ao emprego que dais à vida corporal, constituem infração das obrigações que tendes necessidade de cumprir, para que o vosso corpo dure até à terminação das provas que escolhestes.

De acordo com o que já vos dissemos, para o homem que cumpriu, que cumpre todas as obrigações cuja observância é necessária para que seu corpo dure até ao termo de suas provas, e que, pelas suas resoluções espíritas, determinou uma duração restrita para a sua existência, o instante da morte é e permanece irrevogável. Nesse caso, qualquer que seja o perigo que o ameace, ele não perecerá se a hora não houver chegado. Qualquer que seja a situação em que se encontre, os meios apropriados a salvá-lo lhe serão preparados e colocados ao alcance pelos Espíritos prepostos ao encargo de vigiar o cumprimento das provas, das expiações. Se, ao contrário, a hora chegou, ele morrerá, perecerá. Disso tendes, como se vos disse, milhares de exemplos. De fato, quantas e quantas vezes, no mesmo lugar, uns perecem, outros se salvam!

Já recebestes sobre isto explicações nos comentários aos três primeiros Evangelhos (Ver: Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, n. 119, págs. 106-113 do 2oTomo ), quanto aos casos de naufrágio, de incêndio, de desmoronamentos subterrâneos, de quedas. Não temos que voltar a esse ponto.

No caso de assassínio, o assassino não é instrumento cego da Providência quando, em determinado tempo, põe termo à prova de um que se destinara a essa expiação. Assim procedendo, usou do seu livre-arbítrio. O assassínio é a consequência do livre-arbítrio de um e da escolha das provas, das expiações, feita pelo outro que, aplicando a si mesmo a lei de talião, buscou morrer, ou de morte violenta, mas sem determinar em que época, nem de que gênero seria a morte, ou, então, de uma forma precisa, perecendo assassinado.

No primeiro caso, se o assassino usa do seu livre-arbítrio para domar suas paixões e perdoa ao que ia ser uma vitima, outra circunstância a este se apresentará, que porá fim às suas provas. Estas se cumprirão assim conforme às resoluções que seu Espírito tomou antes de encarnar.

No segundo caso, se o assassino procede da mesma forma, os acontecimentos da vida aproximarão o encarnado, que deva sofrer a expiação de morrer assassinado, de outro encarnado em quem os maus pendores predominam, para que se dê o que haja de dar-se.

O assassino e a vitima, uma vez encarnados, não mais se lembram da escolha que fizeram — um, da prova de que terá de sair vencedor ou vencido e que constitui, para ele, a luta contra uma tendência de que lhe cumpre triunfar; — o outro, da expiação por que deve passar, como meio de reparação e de depuração. Assim, não é por impulso próprio que a vítima se encaminha para o matadouro. Entretanto, algumas vezes, ela prepara, inconscientemente, o caminho que a conduzirá lá, ou é para lá guiada pelos Espíritos prepostos a vigiar o cumprimento das provas, das expiações.

Compreendei bem o sentido destas últimas palavras. Os guias não dirigem os atos do assassino; dirigem o Espírito daquele que deve sofrer a expiação, dirigem os acontecimentos que o conduzirão ao caminho, seja da prova, seja da expiação. Não deduzais daí que à vítima o Espírito seu protetor dê por inspiração, no momento em que ela desperta, a lembrança da resolução que seu Espírito haja tomado enquanto esteve desprendido, durante o sono, a de se colocar no rumo dos sucessos que tenham de levá-la ao cumprimento da expiação escolhida; não. Isso seria um suplício moral infligido ao encarnado e a Providência é piedosa para com seus filhos. Mas, conforme já vos foi explicado no comentário aos três primeiros Evangelhos (n. 119, págs. 106-113, do 2o tomo), o encarnado, ao despertar, conserva uma impressão vaga, que se torna a determinante da sua vontade, de seus atos.

Se a hora fixada pelas resoluções espíritas, quanto à época da morte, não soou e permanece irrevogável, por estar aquele que se acha submetido à expiação cumprindo todas as obrigações de que há de resultar a duração de seu carpo até ao fim de suas provas, os Espíritos prepostos a velar pelo cumprimento destas, das expiações, preparam e põem ao alcance dele os meios próprios a subtraí-lo ao assassínio. Ele se salvará, qualquer que seja o perigo que o ameace.

No caso em que, praticando, pelo uso que faz da sua existência, atos que constituam infração das obrigações que lhe era necessário cumprir para que o corpo lhe durasse até ao fim de suas provas, infração, portanto, de suas resoluções espíritas, o homem detém o curso dessas provas, ele apressa o instante de sua morte. Soa-lhe então a hora de partir, porque, usando e abusando do seu livre- arbítrio, pôs fim à duração de seu corpo, com o fazer que entrassem em ação os meios pelos quais esse fim chega. É que, procedendo daquela forma, ele atraiu fluidos cuja ação, de conformidade com as leis naturais e imutáveis que os regem, prepara e executa a destruição do corpo, a rutura do laço que a este liga o Espírito, desse cordão fluídico que é a mola, o instrumento e o meio de que depende a vida. E, ao mesmo tempo que atraía aqueles fluidos, ele repelia os apropriados à conservação do corpo até ao termo das provas por que devia passar.

O homem que se deixa arrastar ao suicídio usa do seu livre- arbítrio, quer quando atenta, de qualquer modo, contra a vida, quer quando afasta a arma que dirigira contra si mesmo, ou renuncia ao projeto de matar-se e ao gênero de morte que escolhera. Se, porém, a hora que ele, ao tomar as suas resoluções espíritas, fixou para morrer é e se conserva irrevogável, por haverem sido, de sua parte, cumpridas todas as obrigações que lhe importava cumprir para que seu corpo durasse até ao termo de suas provas, os Espíritos prepostos a velar pelo cumprimento destas prepararão e lhe porão ao alcance os meios adequados a se subtrair à morte. O suicídio abortará, ele será salvo.

Não concluais daí que o homem possa seguir impunemente o seu pendor para o suicídio e a ele ceder, atentando contra a própria vida, porquanto, de um lado, o suicídio é crime perante Deus e, de outro, o homem não sabe se chegou ou não a hora da sua partida.

A duração da vida é limitada, mas o livre-arbítrio do homem pode fazê-lo sucumbir ao mau pensamento de interromper ele mesmo o curso da sua existência, ou levá-lo a dominar esse arrastamento culposo.

Aquele que se suicidou, como o que morreu assassinado ou de qualquer outra forma, morreria sempre, mas de maneira diversa, de modo natural, desde que houvesse chegado para ele a hora de partir, quer por haver atingido o limite natural marcado para fim da vida humana que segue o seu curso, regular, quer por haverem suas provas atingido o termo que ele lhes fixou ao tomar suas resoluções espíritas, quer, finalmente, por ter, pelos seus atos, infringido as obrigações que precisava cumprir, a fim de fazer que seu corpo durasse até ao termo daquelas provas.

Cedendo ao arrastamento que lhe cumpria combater, o gênero de morte a que sucumbiu resultou de sua escolha, mas ele partiu porque chegara a hora de partir. Se houvesse combatido os pendores que o impeliam a matar-se, teria saído vencedor da prova, não se veria condenado a recomeçar nas mesmas condições.

O sentimento que induz o homem a se suicidar não lhe nasce no íntimo instantaneamente. É um gérmen que se desenvolve, como que devido a uma tendência constitutiva de uma prova de que ele precisa triunfar. Se, em lugar de combater essa tendência, o homem se lhe entrega, morre culpado, faliu. Se, em vez de se lhe entregar, investe contra a ideia de destruir a existência que o Senhor lhe concedeu, a hora da libertação, quando soar, o encontrará isento da mancha de uma ação má e da dos maus pensamentos que a houveram causado.

Combatendo as tendências que o propeliam para a destruição de si mesmo, evitando a série de acontecimentos que poderiam levá-lo a um tal ato de desespero, o suicida teria podido evitar o crime. O homem pode evitá-lo, pois que pode, pela força da sua vontade, repelir as tentações. Aquele que escolheu, como prova, resistir à tendência ao suicídio, pode sair vencedor da luta. A bondade de Deus lhe faculta os meios; cabe-lhe alcançar a vitória, porquanto, nas provas em que o homem, para purificar seu Espírito no cadinho da reencarnação, é chamado a vencer suas tendências, Deus lhe deixa a liberdade de escolher entre o bem e o mal. Assim, há sempre luta e possibilidades de triunfo ou de derrota.

Quer sucumba na prova do suicídio, quer triunfe dela, morre sempre no tempo preciso, isto é, quando chega para ele a hora de partir, de uma das maneiras que acabamos de assinalar. Mas Deus, conhecendo todas as coisas, por efeito da sua sabedoria infinita e da sua presciência, vê se o homem vencerá ou sucumbirá. Se tiver que sair vencedor, o Senhor, por intermédio dos Espíritos prepostos a velar pela execução das provas, prepara circunstâncias que lhe acarretem um fim natural. Se houver de sucumbir na prova, o Senhor deixa que, na inviolabilidade do seu livre-arbítrio, o homem consuma a obra criminosa, dando à sua existência o fim que ele próprio preparou e que constituirá um ato culposo da sua vontade.

Eis tudo o que temos para vos dizer sobre o instante da morte, o qual se fosse, como falsamente alguns o consideram, fatal, de modo absoluto e em todos os casos, seria um atentado ao livre-rbítrio do homem e envolveria, inevitavelmente, a ideia de fatalismo.

 

OS DEZ MANDAMENTOS

PrimeiroSegundoTerceiroQuarto – Quinto – SextoSétimoOitavoNonoDécimo