Obra mediúnica, recebida por Emilie Collignon, missionária da primeira hora, ditada pelos Espíritos que, quando encarnados, foram na época de Jesus, os evangelistas: Matheus, Marcos, Lucas e João; assistidos pelos apóstolos; coordenados por Jean-Baptiste Roustaing, na França. É um tesouro de um brilho intensíssimo, para o fim a que foi destinada, e que, ainda está ofuscada pelo pouco que fazemos para a sua divulgação, para o seu desdobramento, para o seu desenvolvimento dentro e fora das Casas Espíritas.
Obscurecida por permanecer somente no conhecimento de quem a estuda e admira, pelo pouco espaço que a ela é cedida e pelo muito barulho que fazem acerca de uma possível rivalidade com Allan Kardec e a Codificação?
Allan Kardec fez uma análise técnica de Os Quatro Evangelhos, considerando uma obra extensa, que talvez poderia tê-la resumido a dois ou a um só volume. Ele assim, analisava cada livro que se apresentasse a ele, espíritas ou não-espíritas, e o recomendava a todos que o tivesse em suas bibliotecas para estudos e pesquisas.
Allan Kardec, com sua atenção toda voltada para o desenvolvimento das ideias espíritas, no Mundo, como revelação contida em O Livro dos Espíritos, e para uma melhor compreensão, inspirado pelos Espíritos Superiores, para assentar bem a Doutrina Espírita na alma de cada ser humano, desdobrou-o em milhares de páginas, com tantas minúcias, não deixando nenhuma dúvida; falou destemidamente, em alto e em bom tom, para o mundo, utilizando a imprensa por 12 anos seguidos, através da Revista Espírita – Jornal de Estudos Psicológicos.
Em momento algum devemos considerar esta obra extensa pois, do contrário estaríamos negando sua autenticidade. Sua extensão tem muito a ver com a necessidade de explicar cada versículo; reafirmando e acrescentando algo ao que foi explicado anteriormente; os autores espirituais a recomendam ser lida e estudada na íntegra, para firmar na alma uma boa compreensão do que estava permitido a nos revelar.
Allan Kardec nos passa a impressão exata do que acontece quando deparamos com algo que nos orienta, nos enriquece, nos aprimora, sem nos esquecer da prudência:
Se se objetar que seria uma ocupação fastidiosa e monótona, diremos que ninguém se cansa de ouvir um belo trecho de música ou de poesia; que depois de haver escutado um eloquente sermão, gostaríamos de o ler com a cabeça fria; que certas obras são lidas vinte vezes, porque cada vez nelas descobrimos algo de novo. Aquele que não é impressionado senão por palavras, se aborrece ao ouvir a mesma coisa duas vezes, ainda que fosse sublime; faltam-lhe sempre coisas novas para o interessar ou, melhor, para o distrair. Aquele que medita tem um sentido adicional: é mais tocado pelas ideias do que pelas palavras, razão por que gosta de ouvir ainda aquilo que lhe vai ao Espírito, sem se limitar ao ouvido.
Por fim, Os Quatro Evangelhos coordenados por Roustaing são um conjunto de obras que devem ser lidas, estudadas, meditadas, pesquisadas e divulgadas por cada um, pois sempre termos algo novo a despertar em nós, ampliando-nos a consciência para o futuro. A ciência avança e muitas descobertas já se confirmam pela revelação Espírita, consolidando a fé pelo raciocínio.