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10 Jesus respondeu, e disse-lhe:Tu és mestre de Israel, e não sabes isso? 11 Na verdade, na verdade te digo que dizemos o que sabemos e testificamos o que vimos; e não aceitais o nosso testemunho. 12 Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais? João 3 |
Nascer de Novo – Nicodemos
O diálogo com Nicodemos, príncipe dos judeus, pela onisciência do Cristo, foi intuído pelos anjos, pois ele queria ouvir do próprio Jesus a confirmação de ser Ele o Messias anunciado.
No entanto, Jesus tinha em mente deixar para o futuro mais uma das indicações, na intenção de estabelecer um conjunto de chaves enigmáticas, por falta de termos exatos para o real esclarecimento e também pelo quão longe está o nosso entender sobre as coisas que ainda permanecem ocultas até os dias de hoje.
Em muitos momentos de sua missão, Jesus era questionado pelos Escribas e Fariseus sobre sua filiação divina, e respondendo, era insultado por acreditarem que a quem eles esperavam não se originava de pais humanos. Estes iludiram-se em suas ilações presunçosas a elevarem-se a um estado de poder, um enviado à altura de intimidar seus opressores, os romanos.
Sendo um Espírito Sideral, formado pelas mais claras Luzes da Verdade, assim como todos os que se tornam os Tutores Celestes, na direção e harmonização de vidas no seio do Criador, Jesus Cristo desvia do pensamento de Nicodemos, o que intencionava lhe perguntar, por ser recorrente.
Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não poderá ver o Reino de Deus. Expressão essencial para colocar em harmonia com o seu pensamento celestial e firmar no entendimento de todos nós, humanos, o espírito e a vida que estão nas letras do seu Evangelho.
Muito natural, de imediato, despertar em Nicodemos a ideia de ressurreição, o que era comum em todos os tempos. No entanto, o questionamento sobre como voltar para o Paraíso supunha que o nosso Jesus iria esclarecer.
Jesus, então, alude à volta do Espírito para a vida no espaço, verdadeira e definitiva, saindo da vida de encarnado, de humano, da morte do Espírito em que nos encontramos, para regressar ao paraíso, regenerados, sem as imperfeições que motivaram a necessidade de passar pela encarnação, pela árvore do conhecimento do bem e do mal.
Jesus explica as coisas concernentes às terrestres, dizendo: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. 6 O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. 7 Não te maravilhes de te ter dito: necessário vos é nascer de novo.
Aqueles que não passarem pela encarnação humana, para a remissão das imperfeições de natureza primitiva, não poderão voltar ao paraíso, condição do espírito puro e livre.
Jesus não menciona reencarnação e sim a volta dos espíritos à sua Vinha. Enviados à terra, recebemos um corpo de carne para conhecer o bem, nas constatantes lutas contra o mal. Só assim para nos livrarmos dos pecados: imperfeições originárias da alma.
Na continuação, Jesus desmembra o que é terrestre do que é celestial: O que é nascido da carne é carne, o corpo, e o que é nascido do Espírito é espírito, a alma.
“8 O vento sopra onde quer, e (tu) ouves a sua voz; (tu) porém não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito. 9 Nicodemos respondeu, e disse-lhe: Como pode suceder isso? 10 Jesus respondeu, e disse-lhe: Tu és mestre de Israel, e não sabes isso? 11 Na verdade, na verdade te digo que dizemos o que sabemos e testificamos o que vimos; e não aceitais o nosso testemunho”
“12 Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?”
De onde o Espírito vem e para onde ele vai, nem todos sabem, está aí justamente o que precisamos conhecer, as coisas celestiais.
Nesses dois mil anos que se passaram, podemos afirmar: nem as coisas terrenas, nem as celestiais, estão compreendidas, em espírito e verdade, procedentes do coração do Divino Mestre no desejo de ver-nos livres do julgo da carne.
A encarnação é o elo terrestre que liga as duas extremidades celestes, para o entendimento do espírito no seu verdadeiro significado: de onde viemos e para onde vamos.
O Espírito Santo, a Doutrina dos Espíritos, sob a direção do Espírito da Verdade, o Anjo que abre os caminhos do Senhor, preparando para o advento da redenção.
Os Filhos de Deus e a Humanidade do Cristo
Mateus 25 – Natureza dos Espíritos: – Unigênito, Espíritos Angélicos; – Espíritos sob a tutela de Jesus. |
Jesus, a Luz que desceu do Céu, revela sua natureza, sua posição hierárquica e nos coloca a par de todas as falas proféticas, relacionadas às necessidades de certos espíritos passarem pelas encarnações materiais, desde o princípio, no preparo para o entendimento real da Existência, enquanto outros têm sua evolução livre dos recursos corporais.
No capítulo 25 de Mateus, em toda sua extensão, o Filho de Deus, em seu discurso, desenvolve em três lances a epopeia de sua missão: de onde viemos, para onde vamos, assuntos celestes, e o porquê de nós, humanos, estarmos na Terra, assuntos terrestres, em obediência aos desígnios do Pai, Deus de sabedoria e de bondade.
O Mestre destaca a sua posição e revela ser duas naturezas e dois os caminhos na evolução dos Espíritos, quando no Seio do Eterno: os princípios espirituais, átomos celestes, nossas almas, aguardam o despertar. Ativadas por ações organizadas sob a direção do Cristo, um conjunto de Entidades Angélicas as despertará para a corrida gloriosa rumo a vida na eternidade.
Centelhas divinas, Espíritos que, por si só, se desenvolvem pelo estado livre, sem que precisem de alguma interferência da matéria, se tornam as Inteligências Divinas, as Inteligências Gloriosas, os Arquitetos Maiores, e os Tutores Espirituais: Unigênitos, responsáveis pela fundação e manutenção do mundo corporal, da matéria, recurso este, o segundo caminho, para despertar e desenvolver as almas que necessitam de estímulos, de astralidades, sem os quais, poderíamos não ter um crescimento adequado para alcançar e participar dos Banquetes Celestiais que perpetuam na glória Divina.
A sabedoria do Mestre Jesus revela esses dois caminhos, únicos, aos seus apóstolos, em momentos de plena ternura, quando diz, “1 E então, naquele dia, antes que venha o Filho do Homem, o Reino dos Céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do noivo. 2 E cinco delas eram prudentes, e cinco, insensatas. 3 As insensatas, tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo, 4 Mas as prudentes levaram azeite nos seus vasos, com as suas lâmpadas. 5 E tardando o noivo, tosquenejaram todas, e adormeceram”.
As virgens prudentes, símbolo para destacá-las como almas que, quando ainda em germe no seio de Deus, já possuíam o fogo sagrado da vida, princípios divinos, o azeite, que elas levaram às bodas. Terão seus crescimentos retilíneos ao longo de seus aprendizados, alcançando o mais alto nível das características divinas e tornando-se as Potências Angélicas e os Tutores Espirituais. São os Primogênitos, responsáveis pela formação dos mundos à medida que se evoluem.
Jesus, com sua falange, nos acolheu, desde o começo, princípios espirituais, criando mundos, estágios evolutivos a nos ungir pelo óleo sagrado para a vida ativa, força a alcançar e exercer as tarefas designadas por Deus.
Cristo, o ungido do Senhor, expressão dita, indicando ser Ele, os que têm qualidades próprias servidas pela Mente Divina, que, no esforço, alcançou a sumidade em perfeição, tornou-se uma Força Espiritual, na condição de ser o dirigente de toda equipe formada por Espíritos Angélicos, não menos perfeitos. Fundou mundos designados a despertarem, nós, os princípios inteligentes, destituídos do azeite, que, auxiliados, passamos por todos os recursos materiais, nascendo para a vida livre de espírito. Tal como as virgens prudentes, até alcançarmos a perfeição, somos reconhecidamente gratos pela dadivosa ação do Irmão Maior, sem o qual estaríamos esperando um começo.
Enquanto dormitavam no seio divino, essas virgens têm nas suas vidas o início de um caminho longo a percorrer.
O primeiro estágio de um mundo em construção, acionado pelas potências angélicas sob a governança de um Tutor Espiritual, em nome do Pai, que constitui definitivamente as suas mônadas, suas ovelhas, o seu rebanho: termos que Jesus usa para conosco na sua visita à Terra, parte da sua família, a zelar por Amor.
Assim, conforme as escrituras, a zero hora, dá-se início à grande jornada para a vida plena na perfeição em Deus, por milênios incontáveis. “6 Mas à meia-noite ouviu-se um clamor: Aí vem o Noivo, saí-lhe ao encontro. 7 Então todas aquelas virgens se levantaram, e prepararam as suas lâmpadas”.
Nesta família, as almas constituídas de estímulos próprios têm suas evoluções, com todos os esforços e dedicação, sob a mesma orientação das entidades angélicas, nas tarefas que lhes concernem, para o próprio crescimento em ambiente espiritual, enquanto que as que necessitam do impulso astral terão seus crescimentos pelos caminhos da matéria.
Deus é a perfeição, semeia vidas, espalhando-as em toda Sua existência, para tê-las gloriosas, perfeitas. Permite às almas, identificadas como as prudentes, desenvolverem-se naturalmente em seu Reino, sem jamais terem existido mundos materiaisOLE, onde suas irmãs caminham para o mesmo fim.
“10 e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta. 11 E depois chegaram também as outras virgens, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos. 12 E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que não vos conheço.”
Sua Soberana Justiça estende a todas as criaturas o seu magnânimo amor, todas terão o mesmo mérito em Sua Gloriosa Existência.
E lá de dentro, o Senhor as avisa:
“13 Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir”
Advertência que, tão somente, o Cristo endereçou para as que ficaram de fora, fechando a porta, por não terem o azeite em suas lâmpadas, aludindo ao espaço de tempo que levariam, do despertarem, passando por mundos corporais e ciclos intermediários, fases embrionárias, até estarem em condições de serem convidadas para o trabalho na vinha do Senhor quando a porta se lhes abre, nascendo para a vida, tendo conquistado o livre arbítrio, consciência e vontade, à semelhança do Criador.
Necessidade da reencarnação: perda do paraíso.
(Hegemonia de Jesus – Caminho, Verdade e Vida – Emmanuel – Chico Xavier) = “A localização histórica de Jesus recorda a presença pessoal do Senhor da Vinha” |
“14 Porque será também (o Reino do Céus) como um homem que partindo para fora da sua terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens; 15 E a um deu cinco talentos, e a outro, dois, e a outro, um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe”
Jesus revela a natureza das almas pelas duas vias.
Então, o Senhor veio, passa a relatar, na sequência do seu discurso, detalhando os passos de cada classe das Almas, já na posse do livre arbítrio, esclarecendo os processos de suas existências e dos seus destinos: às que tiveram uma evolução livre, pelas suas qualidades e esforços aprimorados, conquistaram cinco talentos, somando-se dez talentos; às que, vencidos as etapas de formação do corpo espiritual, pelas carreiras da vida mineral, vegetal e animal, nos evos que se perdem nas noites dos universos, conquistaram dois talentos somando-se quatro; e desta classe, grande números de almas, tendo consciência para decidirem por si mesmas, ignoravam seus Instrutores, Espíritos superiores, na ordem Divina, não seguiram o processo natural da vida em crescimento, preferiram dar atenção aos resquícios primitivos, influenciadas umas pelas outras de essências idênticas, enterraram o talento, símbolo que, mesmo tendo já a vida livre, e adquerido conhecimentos elevados, perderam até o que tinha, pela morte espiritual, nascer da águaOEJ.
Jesus revela-nos que muitos não quiseram utilizar dos recursos adquiridos, para dobrar suas forças, nos exercícios da vida celestial, desinteressando-se dos ensinos disponibilizados pelos instrutores espirituais, perderam o fruto de seus esforços, receberam a morte do espírito diante do Senhor, enviado para as trevas exteriores, onde haverá prantos e ranger de dentes, ou seja, mundos materiais, primitivos, de provas e expiação e de regeneração, e, na remissão das imperfeições, regeneradas, retornarem à vinha, ressuscitados, nascidos de novo, livre das deformidades morais, receberão das mãos dos puros Espíritos, o talento que lhe fora tirado, passarão a viver em definitivo, nas classes de onde sucumbiramESE, já com dois talentos, a continuarem a ascensão para a ativa, dinâmica e perpétua felicidade.
Jesus, Espírito sideral, nada disse em suas instruções, que pudéssemos basear nos costumes e hábitos dos homens da época. Noivo, em suas parábolas, representa o Unigênito, dirigente máximo da situação sobre a qual rege: o Mestre, o Tutor. As Bodas, as Festas Nupciais, são trabalhos ininterruptos no mundo espiritual, atividades plenas para a vida da Alma. As virgens, todas elas, são as almas que virão a ser os anjos do Senhor, os instrumentos que servirão aos desígnios Divinos.
24 Mas, chegando também o que recebera um talento, disse: Senhor, eu te conhecia, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste;
Jesus enuncia a realidade, a chave desta revelação: uma “testemunha ocular”, as dez virgens representam justamente as vidas semeadas e espalhadas pelo Criador em seu seio paternal. Nosso Senhor apenas as colheu, ajuntou-as e as criou, na sucessão dos mundos. São suas ovelhas e as conhece todas, nós e aquelas que nos esperam, nas alturas, um só rebanho, um só Pastor.
A pouco e pouco, vamos compreendendo a realidade da vida na existência:
Jesus desce ao mundo dos mortos, à sua humanidade; esclarece condições de como retornar; Nascer de novo, ressuscitar; vida eterna, alcançar a angelitude.
Jesus, finda o seu discurso, identificando-se como O Filho do Homem, na sublime tarefa de nos consolar, indicar-nos o caminho de volta, no exemplo de sua vinda pessoal, sermos mansos e humildes de coração, isentos do estado primário da vida.
“31 E quando o Filho do Homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; 32 E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas”
Nesta fala, Jesus já se refere a nós, indicando sermos nós, os que fomos expulsos do paraíso celeste. Conclui sua revelação, apresentando as condições para regenerarmos e voltarmos para a Vinha e seguir os passos da liberdade eterna, livre do pecado: as imperfeições.
“34 Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por a herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;35 Porque tive fome, e deste-me de comer; tive sede, e deste-me de beber; era estrangeiro, e hospedaste-me; 36 Estava nu, e vestiste-me; a adoeci, e visitaste-me; estive na prisão, e fostes ver-me. 37 Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? 38 E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos? 39 E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? 40 E dirá: Em verdade vos digo que, quando o a fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”.
Regressando à vida de espírito, caminharemos para a perfeição e, juntos, família do Cristo, teremos as atividades designadas pelo Pai que está nos Céus.
Despontará então, um Irmão do nosso rebanho, aquele que alcançou grau maior na corrida para o Eterno, o Alfa e Ômega, e dará início a um novo casamento, onde ele, o noivo, na proteção do Nosso Senhor Jesus Cristo, com toda comitiva perfeita, à meia noite, ouvir-se-á um clamor: Aí vem o noivo saí-lhe ao encontro! Nas eternidades dos tempos, no espaço divino, eis que uma nova família se ajuntará. Os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos no Reino dos Céus.
Jesus, nosso eterno Irmão maior, é o caminho, a verdade e a vida. |
A construção do nosso próprio Eu, de nossa própria Vontade, para a nossa vida de Espírito, se deve a incontáveis ciclos de mundos materiais sob os cuidados de Jesus.
Podemos parafrasear João Evangelista nos primeiros artigos de seu Evangelho: “no princípio éramos nós, e nós estávamos com Deus, nós éramos Deus, Deus estava no princípio conosco”. Nosso Irmão Maior nos acolheu, nos ajuntou e, nas sucessões de mundos, ele nos dá a garantia de entregar nossas almas em plena maturidade a Deus, em Imagem e em Semelhança.
Esta matéria desenvolve o que realmente Jesus quis dizer sobre a realidade de nossas vidas desde quando ele mesmo recebeu de Deus a tarefa de nos trazer para a vida semelhante à do próprio Criador, ou seja: espírito com consciência, livre arbítrio, vontade e participar da vida ativa nos espaços siderais: Do infinitamente pequeno ao infinitamente grande.
O primeiro momento (João 3) é o de Nicodemos, Jesus explicando para ele que além das coisas terrestres vividas por nós, tem as celestiais, justamente de onde viemos para onde vamos, por isso o título O Caminho, a Verdade e a Vida.
O segundo (Mateus 25) é justamente de onde éramos centelhas ainda, sendo trabalhadas pelas vias materiais, para formar consciência e ganhar as alturas na vida de Espíritos formados.
Jesus disse essas parábolas sabendo que elas seriam entendidas somente quando pudéssemos compreender a realidade da vida na existência.