“Cairão os dialetos e as línguas nacionais” IGB
As mensagens provindas do Além são endereçadas aos encarnados que despertam para os interesses da vida de espírito, num esforço diário para a melhoria íntima, para que, quando no reingresso ao mundo espiritual, se encontrem capacitados a viverem em esferas mais altas, de conhecimentos e atitudes evangélicas, na condição de almas bondosas.
Importante é a nossa dedicação no entendimento e execução pelas orientações contidas nas missivas, cujos conteúdos geralmente são encobertos por frases consolativas, indicando o rumo que devemos tomar, deixando-nos vislumbrar um mundo promissor e, por nossas decisões e esforços, empenharmos na execução das tarefas que os nossos Irmãos espirituais nos sugerem.
Houve um momento em nossas vidas em que mensagens espíritas começaram a ser enviadas a nós, provindas do além por elevados Espíritos, revelando ser o Esperanto um item primordial na efetivação do Evangelho de Jesus, recurso providencial divino para ligar todos a uma só família à compreensão fraternal em toda a humanidade. Notáveis confrades, sintonizados com o Plano Maior, juntos aos trabalhos de divulgação do Espiritismo, bem cedo perceberam ser este instrumento um potencial excelente na disseminação do Evangelho no mundo.
A língua que veio do Céu1 foi preparada por Espíritos de altos conhecimentos na comunicação universal do pensamento, cuja universalidade de informações e apoio, confirmando sua origem celeste, modificará atitudes atávicas, preconceituosas, facilitando o conhecimento do Evangelho do Cristo, em Espírito e Verdade, como código único na vida comportamental de nossa irmandade global.
Precisamos nos inteirar da importância do Esperanto na humanidade como língua espiritual, língua fraterna, a diferenciar das línguas maternas, facilitando aos seres humanos inclinarem-se decisivos na conformação das duas línguas aos seus papéis distintos entre si, na elevação de nosso mundo ao nível formal, de um povo feliz, regido pelo amor fraterno, universal, do Código Cristão.
Língua materna é o idioma que se cria pela necessidade de se comunicarem na convivência de seres racionais. Uma língua espontânea, de natureza doméstica.
A língua surge da necessidade dos homens se comunicarem entre si para a compreensão das ideias que se querem transmitir, uma convivência de propósitos recíprocos. Percebemos que, no seu surgimento na coletividade primitiva, ela nos parece ter um crescimento regular, mas enquanto grupo. Naturalmente esta comunidade cresce, se subdivide, para sua subsistência, formam novos grupos familiares, novas coletividades que se distanciam e a língua tende a ter a sua evolução de sons e expressões diferentes da família original. A língua se distancia da sua expressão nativa e, uma e outra aprimoram-se de modos diferentes. Distanciando-se as famílias, formam-se novas comunidades, criam-se palavras, modificam-se pronúncias, exprimem-se sentimentos com nuances que não harmonizem com os mesmos sentimentos expressados nas mesmas palavras das famílias vizinhas no tempo e no espaço.
Em todas as línguas de nosso globo nada mudou, é muito forte esse costume ancestral. Ela se modifica já no vizinho ao lado. Na sua acepção real, ela é doméstica, se desenvolve no agrupamento que se relaciona em tempo e posição integral. Uma palavra que toma uma nova acepção, empregada para um sentido novo, ou uma articulação nova, dentro de um grupo familiar, passa a ser estranha para o vizinho, podendo seguir vários sentidos. Esta inovação poderá permanecer somente na família consanguínea que a desenvolveu ou se estender ao vizinho, ao bairro, à cidade, à região e ao país. Fácil fica o entendimento na identificação de pessoas pertencentes a outras comunidades do mesmo idioma: bairros, regiões e países, pelas palavras novas ou pelos sentidos que se aplicam e que variaram ao longo do tempo, por estar em outro domicílio.
Jesus, o excelente Educador, nos instrui, com grande sabedoria, a trabalharmos pela paz na humanidade, mas não teremos sucesso na aplicação de seus ensinos em nossa vivência, com todas as diferenças linguísticas: sotaques, localismos, bairrismos, regionalismos, não podemos viver em harmonia, exercendo a Lei de Amor de seu Evangelho, isso por si só é incompatibilizável. Quando estamos em tempo de paz, toleramos e até nos divertimos com essas diferenças, mas em tempos de conflito e desentendimento, fazemos das diferenças armas de intolerância e de insultos.
Língua fraterna é a língua que se conecta com todos os seres humanos do nosso globo terrestre, unificando famílias separadas pelos idiomas domésticos. Língua, para se viver como irmãos, na Humanidade, revelação divina!
Sua flexibilidade, dentro do universo programático da linguagem contemporânea das novas ideias renascentistas, permite que os seres humanos usem seus dons naturais, intocáveis, na necessidade de exprimir suas ideias comuns ou inéditas nas palavras articuladas, agrupadas pela exatidão gramatical, que em momento algum se sentirão ser uma mutação, entrechocando compreensões. O instinto criativo do homem permanece vigoroso, sempre criando palavras e, por mais incomuns que pareçam essas palavras, não são desconhecidas a quem quer que as ouça: reciprocidade afetuosa!
Quando, nos tempos chegados, o Esperanto for o veículo único ligando toda a humanidade, os dizeres do Cristo: “onde estiverem duas ou mais pessoas em meu nome, aí Eu estarei” serão realidade absoluta. Um sentimento de justiça correrá em todos os corações e as mentes, em júbilo, sentirão ecoar vozes astrais, entoando hinos que, milênios atrás, anunciavam a Sua chegada e, em coro, cantarão: “Glória a Deus nas Alturas e Paz na Terra aos Homens de boa vontade!
O nosso português, assim como todos os outros idiomas, não terá outro caminho senão o da sua utilização no reduto do lar, preservando e valorizando sua integridade sob o controle que, ao longo de vários decênios, levou a um desenvolvimento regular sob novas regras para manutenção e sobrevivência como língua da família.
O Esperanto, língua fraterna, será falado por todos os habitantes da Terra. A moral evangélica será a alma da humanidade terrena. Os sentimentos de caridade correrão de boca em boca, vindos de corações transformados. Todos terão atitudes nobres, falarão na língua da paz e do respeito. Aos seus vizinhos, aos visitantes, ao público em geral, não mais evidenciam diferenças vexantes, por preservar a igualdade: irmãos com irmãos.
E o nosso papel neste contexto é amar o Esperanto, aprendendo, ensinando, zelando pelo seu status divino, estudando, vivenciando e divulgando o Evangelho por onde for possível sem as barreiras da inércia sistêmica.
Quem vê a borboleta no seu voo gracioso, alegre, saltitante e sincero, admira-se de tão multicolorida vida ter sua origem metamorfoseada nos princípios humildes da lagarta, chegará o tempo em que a humanidade embevecida experimentará tamanho encanto de perceber que a língua que fala é a evolução de rudimentos sons, caminhando para voos inequívocos do pensamento, nas asas do Esperanto.
1 = Ismael Gomes Braga, autor da expressão contida na mensagem “É preciso amar o Esperanto” Tânia de Souza Lopes (médium) FEB
2 = Título do livro “A Língua que Veio do Céu” (Espíritos diversos) Organizado por Homarano – CELDCentro Espírita Leon Denis – Edição 2004 e posterior, publicado pela Editora Lorenz/parceria/FEB 2017 – ambos 1a edição – cerca de oitenta mensagens apontando o Esperanto como língua de trabalho para estudo e divulgação do Evangelho de Jesus nas ações do dia a dia da Sociedade Espírita, do Brasil para o Mundo.