“Por que violam os teus discípulos
- a tradição dos antigos, uma vez que não lavam
- as mãos quando fazem suas refeições? (S Mateus 15:1)”
Nos tempos em que Jesus peregrinava nas regiões áridas do oriente, com a missão de estabelecer na Terra, o autêntico código de amor, revelando as verdades da vida eterna, se encontrava pelo que narra a história nos capítulos dos Evangelhos um povo movido a tradições que, por mais lógico fosse o esclarecimento desses equívocos, encontravam neles resistência, indignação e revolta.
Jesus ao responder: “E por que transgredis vós os mandamentos de Deus em obediência à vossa tradição?”, deixou claro que tradição não era nada mais que a herança de ideias que atravessam séculos, de geração em geração, ensinadas pelos pais aos filhos, com rigor, para que os seus descendentes as reproduzissem com fidelidade esses equívocos.
Com rigor porque, nesse espaço de tempo, em cada geração, surgem sempre no meio dessas famílias, espíritos mais esclarecidos e mais humildes para notar essas ideias tidas como verdadeiras em que acreditam seus irmãos e alertá-los do engano. Mas eram tratados ou com indiferença e escarnio, ou com violência e morte de conformidade com a posição social em que pertenciam. A tradição se mantém orgulhosa.
Quantos séculos o povo Hebreu se preparou para a vinda do Messias. Confiava piamente nas profecias que de tempos em tempos surgiam profetas reforçando as esperanças de cada um.
De geração em geração era estudado essas profecias, porém reforçando a ideia de que o Cristo era poderoso, que viria na sua glória e tomaria todo o poder dos inimigos. De dominado passaria a dominador para um reinado sem fim.
Amai a vossos inimigos , bendizei os que vos maldizem, fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem ; andai dois mil passos; dai a César o que de César e a Deus o que é de Deus; não alardeeis com vossas preces; não espolieis as viúvas, não abandoneis os pais; não mais adorar o Pai nem nos montes, nem em Jerusalém, e a muitas outras atitudes que caracterizavam o afastamento da Lei. Segundo as tradições, esse não é o messias esperado.
No fundo de muitas almas havia um certo pressentimento de que realmente poderia ser o Cristo, mas para os que interpretavam segundo a letra os incômodos de ter que mudar seus procedimentos, reconhecer os equívocos dos pais ao longo dos séculos e a vontade clara de acreditar que aquele sem dúvida era um impostor, porque suas posições eram cômodas, dois mil anos se passaram e ainda esperam o prometido.
Hoje, a ação não diverge muito. Dificuldades enormes que demandam tempo para que uma descoberta ou uma revelação seja compreendida e aceita pelo homem, que reluta em não sair de suas ideias herdadas do passado.
Cento e cinquenta anos já se passaram da chegada de uma nova ideia, de uma nova ciência, não menos difícil de ser aceita pois ela dissolve todas as tradições que barra a humanidade de elevar-se moral e espiritualmente, conquistando assim a sobriedade nos conhecimentos reais da vida.
Não se pode contar a história de nossa humanidade omitindo a existência dos espíritos demonstrados pelas manifestações naturais ao longo de nossa jornada terrena pelo simples fato de serem eles a causa de nossa existência.
Chegado a uma época em que o homem mais apto a compreender, decidiu-se inquirir destas manifestações, respostas que poderiam confirmar a existência de seres que embora invisíveis se mostravam inteligentes.
Respostas foram dadas. Pesquisas foram feitas. Comprovado a existência dos espíritos; já não mais uma crença. Estabelece comunicação com a humanidade terrena. Nos dá toda informação das Leis que rege o Mundo Espiritual e sua relação com o nosso Mundo; não mais conceitos humanos. Notícias dos que chegam no Mundo dos espíritos, livres dos corpos físicos de que se serviram, e dos que estão se preparando para novas oportunidades de crescimento; a Reencarnação é uma Lei Natural. Corrigem ideias seculares supostas e impostas pelo homem: mistérios, milagres, o sobrenatural, castigos, penas infinitas para faltas finitas, fora da Igreja não há salvação e outras tantas. Leis naturais e eternas que até então desconhecida e que dão todo um sentido lógico da vida ao homem moderno. Subsídios para as Religiões e a Ciência garantirem uma vida de equilíbrio e de paz à Humanidade terrena; nova etapa de progresso para a Humanidade.
Anunciado esta Ciência, depois de vários anos de pesquisas com auxilio de renomados estudiosos e pesquisadores de então, criou-se um certo pânico em vários setores do pensamento humano pois, tendo que rever os seus conceitos e ajustá-los à realidade confirmada pelos Espíritos preferiram atacar anatematizando por todos os meios, arrastando multidões para a incredulidade, induzindo o homem a permanecer refratário às mudanças que o progresso exige, deixando às gerações futuras, mais adiantadas, a perplexidade de ver nesses ensinos os mesmos procedimentos dos antigos.
“— 26. Mas o Consolador, que é o Espírito Santo, que meu pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar tudo o que vos tenho dito (Jesus, João 14)” e a Ciência do Mundo com suas pesquisas, confirma esta realidade e unida com a Ciência Espírita facilitarão a compreensão dos ensinos de Jesus em Espírito e Verdade, força única que auxiliará as religiões conduzirem seus membros para uma nova era de união e fraternidade universal.
9. E pois em vão que me honram ensinando doutrinas e mandamentos dos homens.” (Jesus – Mateus V)