À época em que se vislumbravam os primeiros ensaios de ser possível à mulher ter algum direito nas atividades públicas tidas como exclusivas do homem, a Ciência Espírita já estava em pleno desenvolvimento,trazendo revelações e esclarecimentos à Humanidade da importância de nossa estada neste Planeta, nos dando pleno conhecimento de nossas origens e apontando com segurança o rumo de nossos destinos na eternidade.
Os ensinos dos Espíritos, coordenados e publicados por Allan Kardec, deixavam e deixam, sem nenhuma dúvida, qualquer um que os estude, livre das peias do preconceito, pois a tônica desses ensinos gira sempre no princípio de Liberdade, de Igualdade e de Fraternidade em todos os setores da vida humana.
A partir do ano 1858, janeiro, quando ainda o preconceito contra a mulher era público, isto é, quando a minoria esclarecida tinha certos cuidados em advogar a favordos direitos de igualdade; quando as petições eram muito discutidas nos parlamentos, nas câmaras dos deputados, nos senados de vários países e eram refutadas,Allan Kardec, por orientação dos Espíritos em missão, inaugurou o “Jornal de Estudos Psicológicos” Revista Espírita (RE) para a divulgação dos tratados espíritas, dentre eles e com destaque, a emancipação da mulher.
O tema era tratado solenemente, com firmeza, pela fé inabalável ante a claridade de um futuro presente aos olhos dos que buscavam nesta fonte de verdades, que os Espíritos Superiores, autorizados por Jesus a trazerem novas revelações que há mais de 2000 anos prometeu enviar-nos:
“Mulheres, não temais deslumbrar os homens pela beleza, pela graça e pela superioridade; mas que saibam eles, a fim de se tornarem dignos, que devem ser tão ricos de caráter quanto sois belas, tão sábios quanto sois boas, tão instruídos quanto sois ingênuas e simples. É necessário saberem que vos devem merecer, que sois o prêmio da virtude e da honra,…… mas da honra segundo Deus.” O Papel das Mulheres, RE, Dezembro/1858 – médium Sr. F…, espírito Bernard Palassy.
“…as mulheres serão em tudo semelhantes a vós; então formareis um todo: sereis a cabeça e elas o coração; sereis o pensamento benfazejo e elas as mãos liberais.” Uni-vos, pois, não apenas pelo amor, mas para o bem que podeis fazer a dois…” Idem,Idem…
“…A influência da mulher no século dezenove! Acreditais que ela tenha esperado esta época para que continueis a dominá-la, pobres e fracos homens que sois? Se tentastes aviltá-la, foi porque a temíeis; se tentastes abafar a sua inteligência, foi porque receastes a sua influência. Somente em seu coração não pudestes opor barreiras…” (Dissertações Espíritas, RE, Dezembro/1860 – Médium Srta. Eugénie, espírito Alfredo de Musset.
“…filha de Deus, ela amará em seus filhos a visita do Espírito criador; quererá saber para ensinar aos seus; amará seu país e saberá a sua história, a fim de iniciar seus filhos nas grandes ideias progressivas. Serão mães e médicas, conselheiras e mentoras; numa palavra, serão mulheres segundo o Espiritismo, isto é, o futuro, o progresso e a grandeza da pátria em sua mais larga expressão.” Dissertações Espíritas: O Estado Social da Mulher, RE, Outubro/1865 – Médium: Sr. Leymarie , espírito Baluze.
“…Com a Doutrina Espírita, a igualdade da mulher não é mais uma simples teoria especulativa; já não é uma concessão da força à fraqueza, mas um direito fundado nas próprias leis da Natureza. Dando a conhecer essas leis, o Espiritismo abre a era da emancipação legal da mulher …”( As Mulheres Têm Alma? Título que Allan Kardec usa para expor, pela ciência e pela filosofia espírita, a igualdade da mulher . Janeiro/1866.
“Pode-se considerá-la como emancipada moralmente, se não legalmente.” É a este último resultado que ela chegará um dia, pela força das coisas.” (Revista Espírita – Janeiro/1866 – Allan Kardec)
“Pobres homens! Se refletísseis…, antes deveríeis regozijar-vos do que vos afligir com a emancipação da mulher, e admiti-la no banquete da inteligência, abrindo-lhe de par em partodas as portas da Ciência…” (Idem, Idem…)
“Que o homem destrua as barreiras que seu amor-próprio opõe à emancipação da mulher e logo a verá alçar o seu voo, com grande vantagem para a sociedade.” Ficai sabendo que a mulher, como todos vós, tem a centelha divina, porque a mulher é vós, como vós sois a mulher.” Sociedade de Paris, 10 de maio de 1867 – Médium: Sr. Morin, em sonambulismo espontâneo.
Parabéns a todas as mulheres que lutaram, lutam e continuarão lutando, em todos os setores da vida, para alcançar seu espaço que lhes está reservado na sociedade e temos a certeza de que alcançarão, pois a Ciência Espírita melhora nossa visão, contribuindo para revermos nossos conceitos e enxergarmos em cada ser, um igual.
“Ora, é para temer, e é o que ocorrerá, que na febre de emancipação que a atormenta, a mulher se julgue apta a preencher todas as atribuições do homem e que, caindo num excesso contrário, depois de ter tido muito pouco, queira ter em demasia.” Tal resultado é inevitável, mas absolutamente não é para assustar. Se as mulheres têm direitos incontestáveis, a Natureza tem os seus, que jamais perde. Em breve, elas se cansarão dos papéis que não são os seus. Deixai-as, pois, que reconheçam pela experiência sua insuficiência nas coisas às quais a Providência não as requisitou; ensaios infrutíferos as reconduzirão forçosamente ao caminho que lhes é traçado, caminho que pode e deve ser ampliado, mas que não pode ser desviado sem prejuízo para elas próprias, abalando a influência toda especial que elas devem exercer.” Allan Kardec, publicado na RE de junho de 1867.
A Natureza é equilíbrio e tudo caminha para tal. A harmonia entre o homem e a mulher nos seus direitos e deveres nos conduzirá a um mundo regenerado, de paz, de compreensão e respeito mútuo.